Ø
O que é o
trabalho?
O trabalho é uma atividade
produtiva, realizada de forma consciente. O que caracteriza o trabalho não é
apenas a produção de alguma coisa mas sobretudo que é uma atividade pensada,
idealizada, que objetiva conscientemente um fim. O trabalho é uma atividade
humana, pois apenas o ser humano produz tendo consciência do que está
produzindo. O ser humano transforma a natureza e também a si mesmo através do
trabalho. Com ele aprende a se relacionar com os outros, a enfrentar
conflitos, desenvolver a imaginação, superar dificuldades e concretizar seus
sonhos e objetivos, por isso sua importância.
Ø
Qual a
origem do trabalho?
Nas sociedades primitivas havia a
necessidade de dominar a natureza. Nas sociedades tribais - algumas até hoje,
como as tribos indígenas - as pessoas dividem as tarefas de acordo com sua
força e capacidade. Como o trabalho é coletivo, a terra e os frutos também são
de todos. Porém, para o filósofo J.J. Rousseau, a partir do momento que as
pessoas começaram a dividir a terra, criando a propriedade privada, a
desigualdade social começou. Na Europa, na Idade Média, no período do Feudalismo
as pessoas mais ricas eram aquelas que possuíam mais terras, os nobres.
Mas essas pessoas não trabalhavam. O trabalho pesado era função daqueles que
não eram donos da terra e dependiam dela para sobreviver, os servos. Com a
chegada da Revolução Industrial, na Idade Moderna, veio o desenvolvimento
das atividades manufatureiras e mercantis e a expansão das fábricas e suas
linhas de montagem, como no Fordismo, uma linha de produção em que o operário
realiza gestos mínimos, produzindo apenas uma parte do produto. Isso aumenta e
muito a produção, porém faz com que o trabalhador se especialize em apenas uma
função e acabe perdendo a noção do todo e do resultado final do que está
fazendo, situação bem diferente do artesão que cuida de todas as etapas de
produção, desde a produção até a venda e por isso tem noção do que está
produzindo.

Ø
Capitalismo,
trabalho assalariado e valor de troca
O filósofo Karl Marx dizia
que pelo trabalho o ser humano se confronta com as forças da natureza e ao
mesmo tempo em que a modifica, transforma a si mesmo e humaniza-se. Mas Marx tinha
críticas ao sistema capitalista dos modos de produção industrial, pois o
trabalhador perde mais do que ganha, já que produz para outra pessoa, e não
mais para si mesmo. Pois na economia capitalista prevalece a lógica do mercado
em que tudo tem um preço, até a força de trabalho do operário, que ao vender
sua força de trabalho mediante salário também
se transforma em mercadoria. Apesar de ser dono força de produção ele não é
dono dos meios de produção e nessa troca é o patrão, dono dos meios de
produção, que fica com o lucro, e isso causa de enorme desigualdade social pois
uma minoria concentra a maior parte do lucro enquanto a maioria deve
compartilhar a menor parte.
Ø
A
Sociedade do Consumo
O ser humano é um ser com muitas
necessidades, tais como alimentação, saúde, lazer, segurança, educação,
vestuário, moradia, transporte. Antigamente, as pessoas cultivavam seus
alimentos, criavam animais e fabricavam suas roupas e o comércio funcionava
através do escambo, ou da troca desses objetos. Atualmente, com o capitalismo,
a maioria das necessidades são supridas por meio das compras, ou seja, através
da troca de dinheiro por alguma coisa. Podemos, então, afirmar que uma das
coisas que move as pessoas é a necessidade de consumir, pois isto possibilita o
seu bem-estar. Por isso vivemos no que chamamos de Sociedade do Consumo, pois é
este, o consumo, que passa a estabelecer as relações sociais entre quem tem e
quem não tem.
Ø
Consumismo
Quando uma pessoa compra de forma
exagerada, muito além do que ela necessita, obedecendo as ordens das
propagandas publicitárias, essa pessoa é um consumidor alienado, um consumista.
O consumismo ou consumo alienado e
compulsivo é considerado uma doença, a oneomania. Precisamos refletir que enquanto
uma pequena parte da população mundial concentra a maior parte da renda e dos
bens materiais a maioria das pessoas do mundo enfrenta o drama da fome, da
falta de moradia, saúde, educação, segurança etc. O consumismo gera o problema
do desperdício de comida e da poluição do meio ambiente, resultado da enorme
quantidade de resíduos espalhados pelo mundo. Um consumidor sadio tem
consciência de todo o problema causado pelo consumismo e consome apenas o que
necessita, tenta produzir seus bens de consumo e recicla o que pode para tentar
causar o mínimo de impacto negativo ao planeta terra, como a poluição.
Ø
Cultura
de massa e globalização
O progresso tecnológico torna os
produtos cada vez mais sofisticados, e, através dos meios de comunicação de
massa (TV, rádio, jornal,
internet etc.)
conseguem
atingir milhares de pessoas, de todas as classes sociais, despertando nelas o
desejo de consumo. Com o processo de globalização os produtos de países
economicamente dominantes, como os EUA, faz com que valores, a cultura e
estilos de vida desses países sejam absorvidos por países em desenvolvimento, como
o nosso. Por isso podemos observar tantos produtos importados, comidas, músicas
e até palavras estrangeiras inseridas no nosso cotidiano, transmitidas através
das propagandas publicitárias, do cinema, da moda e da música, que despertam
nas pessoas o desejo. A publicidade promete ao consumidor a própria felicidade
através da aquisição de seus produtos supérfluos. Porém, a necessidade de
vender novos produtos faz surgir logo outro produto para ser desejado, e a
sensação de felicidade dá lugar a frustração e a vontade de consumir o novo
produto. Para o filósofo Theodor Adorno a Cultura de massa ou Industria
Cultural nem pode ser considerada cultura, pois não é uma expressão genuína de
um povo, mas a mera transformação em
produto de consumo que visa apenas o lucro. Nessa falsa cultura a tradição se
pauta apenas em comprar aquilo que é estabelecido pela indústria da moda, onde
o
ter
ganha mais importância que o
ser.
O que cria um grande problema para a humanidade, pois o que as pessoas passam a
considerar mais importante o que elas têm do que o que elas são e suas reais
atitudes.
ü Fontes bibliográficas
ARANHA; MARTINS.
Filosofando. Introdução à Filosofia. Ed. Moderna. São Paulo. 2009.
NOGUEIRA; SILVA.
Filosofia e Cidadania. 9°ano. Ed. Ed Jovem. Fortaleza. 2004
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