quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Apostila do 7° ano - IV unidade

Ø  O que é o trabalho?
O trabalho é uma atividade produtiva, realizada de forma consciente. O que caracteriza o trabalho não é apenas a produção de alguma coisa mas sobretudo que é uma atividade pensada, idealizada, que objetiva conscientemente um fim. O trabalho é uma atividade humana, pois apenas o ser humano produz tendo consciência do que está produzindo. O ser humano transforma a natureza e também a si mesmo através do trabalho. Com ele aprende a se relacionar com os outros, a enfrentar conflitos, desenvolver a imaginação, superar dificuldades e concretizar seus sonhos e objetivos, por isso sua importância.



Ø  Qual a origem do trabalho?
Nas sociedades primitivas havia a necessidade de dominar a natureza. Nas sociedades tribais - algumas até hoje, como as tribos indígenas - as pessoas dividem as tarefas de acordo com sua força e capacidade. Como o trabalho é coletivo, a terra e os frutos também são de todos. Porém, para o filósofo J.J. Rousseau, a partir do momento que as pessoas começaram a dividir a terra, criando a propriedade privada, a desigualdade social começou. Na Europa, na Idade Média, no período do Feudalismo as pessoas mais ricas eram aquelas que possuíam mais terras, os nobres. Mas essas pessoas não trabalhavam. O trabalho pesado era função daqueles que não eram donos da terra e dependiam dela para sobreviver, os servos. Com a chegada da Revolução Industrial, na Idade Moderna, veio o desenvolvimento das atividades manufatureiras e mercantis e a expansão das fábricas e suas linhas de montagem, como no Fordismo, uma linha de produção em que o operário realiza gestos mínimos, produzindo apenas uma parte do produto. Isso aumenta e muito a produção, porém faz com que o trabalhador se especialize em apenas uma função e acabe perdendo a noção do todo e do resultado final do que está fazendo, situação bem diferente do artesão que cuida de todas as etapas de produção, desde a produção até a venda e por isso tem noção do que está produzindo.



Ø  Capitalismo, trabalho assalariado e valor de troca
O filósofo Karl Marx dizia que pelo trabalho o ser humano se confronta com as forças da natureza e ao mesmo tempo em que a modifica, transforma a si mesmo e humaniza-se. Mas Marx tinha críticas ao sistema capitalista dos modos de produção industrial, pois o trabalhador perde mais do que ganha, já que produz para outra pessoa, e não mais para si mesmo. Pois na economia capitalista prevalece a lógica do mercado em que tudo tem um preço, até a força de trabalho do operário, que ao vender sua força de trabalho mediante salário  também se transforma em mercadoria. Apesar de ser dono força de produção ele não é dono dos meios de produção e nessa troca é o patrão, dono dos meios de produção, que fica com o lucro, e isso causa de enorme desigualdade social pois uma minoria concentra a maior parte do lucro enquanto a maioria deve compartilhar a menor parte.



Ø  A Sociedade do Consumo

O ser humano é um ser com muitas necessidades, tais como alimentação, saúde, lazer, segurança, educação, vestuário, moradia, transporte. Antigamente, as pessoas cultivavam seus alimentos, criavam animais e fabricavam suas roupas e o comércio funcionava através do escambo, ou da troca desses objetos. Atualmente, com o capitalismo, a maioria das necessidades são supridas por meio das compras, ou seja, através da troca de dinheiro por alguma coisa. Podemos, então, afirmar que uma das coisas que move as pessoas é a necessidade de consumir, pois isto possibilita o seu bem-estar. Por isso vivemos no que chamamos de Sociedade do Consumo, pois é este, o consumo, que passa a estabelecer as relações sociais entre quem tem e quem não tem.

Ø  Consumismo
Quando uma pessoa compra de forma exagerada, muito além do que ela necessita, obedecendo as ordens das propagandas publicitárias, essa pessoa é um consumidor alienado, um consumista. O consumismo ou consumo alienado  e compulsivo é considerado uma doença, a oneomania. Precisamos refletir que enquanto uma pequena parte da população mundial concentra a maior parte da renda e dos bens materiais a maioria das pessoas do mundo enfrenta o drama da fome, da falta de moradia, saúde, educação, segurança etc. O consumismo gera o problema do desperdício de comida e da poluição do meio ambiente, resultado da enorme quantidade de resíduos espalhados pelo mundo. Um consumidor sadio tem consciência de todo o problema causado pelo consumismo e consome apenas o que necessita, tenta produzir seus bens de consumo e recicla o que pode para tentar causar o mínimo de impacto negativo ao planeta terra, como a poluição.



Ø  Cultura de massa e globalização

O progresso tecnológico torna os produtos cada vez mais sofisticados, e, através dos meios de comunicação de massa (TV, rádio, jornal, internet etc.) conseguem atingir milhares de pessoas, de todas as classes sociais, despertando nelas o desejo de consumo. Com o processo de globalização os produtos de países economicamente dominantes, como os EUA, faz com que valores, a cultura e estilos de vida desses países sejam absorvidos por países em desenvolvimento, como o nosso. Por isso podemos observar tantos produtos importados, comidas, músicas e até palavras estrangeiras inseridas no nosso cotidiano, transmitidas através das propagandas publicitárias, do cinema, da moda e da música, que despertam nas pessoas o desejo. A publicidade promete ao consumidor a própria felicidade através da aquisição de seus produtos supérfluos. Porém, a necessidade de vender novos produtos faz surgir logo outro produto para ser desejado, e a sensação de felicidade dá lugar a frustração e a vontade de consumir o novo produto. Para o filósofo Theodor Adorno a Cultura de massa ou Industria Cultural nem pode ser considerada cultura, pois não é uma expressão genuína de um  povo, mas a mera transformação em produto de consumo que visa apenas o lucro. Nessa falsa cultura a tradição se pauta apenas em comprar aquilo que é estabelecido pela indústria da moda, onde o ter ganha  mais importância que o ser. O que cria um grande problema para a humanidade, pois o que as pessoas passam a considerar mais importante o que elas têm do que o que elas são e suas reais atitudes. 

ü  Fontes bibliográficas
ARANHA; MARTINS. Filosofando. Introdução à Filosofia. Ed. Moderna. São Paulo. 2009.
NOGUEIRA; SILVA. Filosofia e Cidadania. 9°ano. Ed. Ed Jovem. Fortaleza. 2004

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